15 novembro 2012

'Craconha': Consumo de droga produzida da combinação de crack com maconha ganha força no Rio de Janeiro


'Craconha': Consumo de droga produzida da combinação de crack com maconha ganha força no Rio de Janeiro
Especialistas advertem para o alto risco à saúde de nova droga
A Polícia Militar do Rio de Janeiro já apreendeu este ano quase 2,7 mil pedras de desirré (totalizando 1,2 kg), droga nascida da combinação do crack com a maconha e capaz de potencializar os efeitos de ambas. Conhecida também como “zirrê”, "criptonita" e "craconha", o entorpecente pode trazer riscos bastantes superiores à saúde dos usuários, em comparação com outras drogas. Para a diretora do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Marta Jezierski, a desirré já existia antes no estado, onde é conhecida como “mesclado”. “É mais usado na classe média”, apontou. A médica disse que o consumo das duas ao mesmo tempo contrabalança os efeitos da maconha e da cocaína – o crack é a cocaína em uma forma diferente, própria para o fumo. “A maconha dá leseira e a cocaína dá agitação”, explicou. O cérebro é o mais perturbado, sofrendo com as dificuldades de concentração que as duas drogas proporcionam. Um risco sério é o desenvolvimento de psicose, que aumenta em até quatro vezes com o uso da maconha. Com o estímulo trazido pela cocaína, isso pode levar a um comportamento agressivo. Os pulmões também são afetados, assim como no uso de qualquer outra droga fumada, incluindo o tabaco. Segundo Jezierski, a "craconha” não é mais nociva ao sistema respiratório do que a maconha ou o crack isolados. Para o sistema circulatório, o consumo da cocaína representa sempre um risco, pois a droga acelera o coração e contrai os vasos sanguíneos, o que pode levar a um infarto. No entanto, a maconha tem a propriedade de dilatar os vasos, o que, teoricamente, diminui o risco de infartos. Segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas, vinculado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). a maioria dos dependentes da capital fluminense utiliza a "criptonita" como um primeiro estágio rumo ao consumo de crack.

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