Foto: Reprodução
As mulheres que estão grávidas devem ficar em alerta com a possível transmissão de chikungunya para o bebê durante o parto. A doença também é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e é mais uma preocupação para as mães, junto com o surto de microcefalia. Ao jornal O Globo, o professor da Universidade Federal de Pernambuco e membro do comitê técnico do Ministério da Saúde para arboviroses, Carlos Brito, o contágio se dá pelo contato com o sangue ao nascer. Isso pode ocorrer tanto em partos normais quanto em cesarianas. O especialista é o responsável pela elaboração de uma tabela divulgada pelo Ministério da Saúde para redes de saúde estaduais e municipais, diferenciando os sintomas e os graus de frequência de cada uma das três doenças transmitidas pelo Aedes. Ele esclarece que o vírus não é transmitido da mãe para o bebê pela placenta. Brito diz que o perigo é que, no caso dos recém-nascidos, os sintomas da doença são mais graves. “As crianças podem ter hemorragias mais intensas, febre mais alta e maiores alterações na pele (como manchas vermelhas)”, explica Carlos Brito. O infectologista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Kleber Luz, diz que a média de contágio de crianças no momento do parto por chikungunya é de 50%. A prevenção é a mesma indicada para casos de zika e dengue, eliminando focos do mosquito, tirar a água parada de pratinhos de vasos de planta e de pneus velhos, além de eliminar qualquer outra água acumulada. Também é recomendável o uso de repelentes, telas nas janelas e roupas que cobrem o corpo. Nas últimas semanas, 18 crianças de até 1 ano que apresentaram sintomas foram atendidas pelo Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), ligado à Universidade de Pernambuco, da rede estadual de ensino. Em três casos, já foram confirmados a doença. Os demais ainda aguardam resultado do laboratório. Só neste ano, em Pernambuco, foram notificados 1.193 casos de chikungunya, em adultos e crianças. Desse total, até agora foram confirmados 240.
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