A Secretaria Municipal da Saúde, através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), adotará novas estratégias de combate à dengue em Salvador a partir dos resultados obtidos no segundo Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) de 2011. Apesar de todos os esforços do Município para combater a dengue, o Índice de Infestação Predial (IIP) subiu para 6%, classificando Salvador, segundo o Ministério da Saúde, como área de alto risco para ocorrência de uma epidemia. A cada 100 casas visitadas durante o Levantamento, seis apresentaram larvas do mosquito. Em janeiro, o índice era de 3%. Em todos os Distritos Sanitários houve aumento acentuado do IIP, com destaque para o Barra/Rio Vermelho, que reúne bairros como Itaigara, Caminho das Árvores, Pituba, Amaralina. (Ver tabela). O aumento do IIP pode ser atribuído ao período chuvoso, que teve início na semana antes da realização do LIRAa. O índice pluviométrico tem influência direta sobre o índice de infestação, pois as chuvas aumentam a oferta de depósitos para a oviposição do Aedes aegypti. Além disso, considerando que o estudo é verificado através das formas imaturas do vetor (larvas e pupas), muitas das que foram capturadas durante o levantamento podem estar inviáveis, apesar de terem sido avaliadas como positiva para área, indicando uma infestação não real. Isso porque, após o uso do larvicida, as larvas e pupas podem permanecer vivas por até 10 dias. O LIRAa revelou ainda a diminuição da infestação nos depósitos como caixas d’água, tanques e tonéis, o que pode ser atribuído às milhares de capas distribuídas para a população. Entretanto, houve aumento em depósitos como pneus, lixo e depósitos naturais relacionados aos quintais e terrenos baldios, além dos vasos e pratos de plantas, ralos, lajes e calhas, demonstrando o descuido da população, o que deixa clara a necessidade de uma participação mais ativa da própria comunidade no combate à dengue. Diante do cenário, o Centro de Controle de Zoonoses já trabalha na execução de um novo Plano de Trabalho contra a dengue, que prevê a intensificação dos mutirões de limpeza nos bairros com alto Índice de Infestação Predial ou que tenham registrados casos de dengue, abertura de imóveis abandonados e novas atividades educativas nas escolas. Estão previstas também autuações em borracharias, oficinas e lojas de sucatas que armazenam de forma incorreta materiais que acumulam água, como os pneus. Além disso, será reforçada a atuação nas obras da construção civil, a distribuição de capas para cobertura de depósitos e será ampliado o Projeto de Mobilização Social para todos os bairros de Salvador, não apenas naqueles que registravam altos índices de infestação no início do ano. A realização de atividades de campo aos sábados e domingos também está prevista, com objetivo de visitar os imóveis que ficam fechados durante a semana. Outras propostas serão discutidas com técnicos dos 12 Distritos Sanitários, que conhecem o perfil da localidade em que atuam, compartilhando sugestões e responsabilidades. Desde o início do ano, o CCZ realizou 22 mutirões de limpeza na cidade, em parceria com a Limpurb e SUCOP, que permitiram a retirada de toneladas de lixo das ruas, propícios para proliferação de focos do mosquito, além da capinação e drenagem de terrenos baldios. Foram feitas também parcerias de mobilização social com instituições como a Fundação Luis Eduardo Magalhães, Câmara de Vereadores e Forças Armadas, visando capacitar a população para ser disseminadora de informações na prevenção da doença. Foram realizadas também campanhas educativas, através da distribuição de milhares de folhetos informativos, além de propagandas no rádio e televisão, e intensificação de entrevistas sobre o tema. Apesar do aumento do Índice de Infestação Predial da cidade, houve redução do número de casos de dengue em relação a 2010. Até a 18ª terceira epidemiológica deste ano (início do mês de maio), foram notificados 1.244 casos da doença em Salvador, uma redução de 26% em relação ao mesmo período do ano passado. Gráficos: Comparativo entre o 1º e 2º LIRAa do ano. Percebe-se que houve aumento em todos os Distritos Sanitários. Observa-se uma diminuição da infestação nos depósitos do tipo A1 (caixas d’água) e A2 (tanques e tonéis). Entretanto, houve aumento dos depósitos tipo D1 (pneus), D2 (lixo) e E (depósitos naturais) relacionados ao peridomicílio e terrenos baldios. Observa-se também o aumento da infestação nos depósitos tipo B (vasos e pratos de plantas) e C (ralos, laje e calhas), demonstrando o descuido da população.Depósitos preferenciais Fonte: SMS |
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31 maio 2011
Saúde intensifica combate em Dengue em Salvador
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