Epitácio Pessoa/Agência Estado
Os casos de dengue na cidade do Rio de Janeiro chegaram a 43.675,
uma média de 314 infectados por dia ou 13 por hora, valor que resulta
em praticamente um novo caso confirmado a cada cinco minutos.
Além disso, dois bairros de Pedra de Guaratiba, na zona oeste, e em
Bonsucesso, na zona norte, registrando índices da doença em níveis já
considerados como surto ou epidemia, de acordo com as informações
divulgadas nesta quinta-feira (19) pela Secretaria Municipal de Saúde.
As taxas de incidência de dengue nesses dois alcançaram patamar acima
de 300 casos a cada 100 mil habitantes, índice utilizado pela prefeitura do
Rio para configurar como surto da doença ou epidemia.
Como todos os dois bairros citados possuem menos de 100 mil habitantes,
as taxas, mesmo projetadas com base em cálculos estatísticos, não são
consideradas precisas pela Secretaria Municipal de Saúde.
O aconselhado pela prefeitura seria agrupar os bairros vizinhos, como as
regiões administrativas, de forma a verificar uma população superior a
100 mil habitantes. Caso não seja possível agregar as regiões, a comparação
deve ser feita com base na série histórica de anos em que houve epidemia.
A doença reemergiu no Município do Rio de Janeiro em 1986, a partir deste
ano a doença se tornou endêmica apresentando anos epidêmicos. A média
das taxas de incidência em anos não epidêmicos é de 27 casos a cada 100.000
habitantes., já a média dos anos epidêmicos é de 470 casos a cada 100.000
habitantes.
Mortes
Apenas nos primeiros cinco meses de 2011, o número de mortes por dengue
no Rio de Janeiro registrou um aumento de 62% em relação a todo o ano de
2010. Até a última quarta-feira (18), a Secretaria Estadual de Saúde confirmou
70 mortes, contra 43 contabilizadas entre janeiro e dezembro do ano passado.
Levando-se em conta a última semana, foram quatro mortes. A média de
pessoas com suspeita da doença no Estado chega a 639 por dia, resultando
em um total de 95.931 casos.
As mortes foram registradas nos seguintes municípios: Nova Iguaçu (7),
Duque de Caxias (5), Magé (2), Cabo Frio (1), São Gonçalo (8), Maricá
(1), Mesquita (1), Rio de Janeiro (26), São João do Meriti (4), São José do
Vale do Rio Preto (1), Bom Jesus de Itabapoana (1), Itaocara (2), Itaperuna
(1), Rio das Ostras (2), Barra Mansa (1), Belford Roxo (2), Campos dos
Goytacazes (2), Angra dos Reis (1), Queimados (1), Seropédica(1) e Barra
Mansa (1).
Atualmente, o Estado do Rio de Janeiro observa epidemia nos seguintes
municípios: Bom Jesus de Itabapoana, Santo Antônio de Pádua, Cantagalo,
Mangaratiba, Cordeiro, Guapimirim, Seropédica, Magé, Silva Jardim, Cabo
Frio, Macuco, Iguaba Grande, Quissamã, Rio das Ostras, Angra dos Reis,
Mesquita, Vassouras e Cambuci.
A Subsecretaria de Vigilância em Saúde ressalta que continua sendo observada
a redução no número de notificações nos seguintes municípios: Bom Jesus de
Itabapoana, Seropédica, Magé, Santo Antônio de Pádua, Mangaratiba,
Cantagalo, Quissamã, Mesquita e Guapimirim.
Jovens têm mais riscos
A disseminação do vírus da dengue entre a população jovem com a volta do vírus
tipo 1 no Estado do Rio de Janeiro tem preocupado as autoridades de saúde,
segundo o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da
Secretaria Estadual de Saúde do Rio, Alexandre Chieppe.
O vírus tipo 1 não era detectado desde meados da década de 1980, mas
reapareceu no ano passado. Com isso, jovens, crianças e adolescentes,
que nasceram após esse período, não têm imunidade ao vírus, ficando mais
suscetíveis à doença.
- As pessoas que nasceram no final da década de 80 não têm imunidade.
É uma população muito grande suscetível ao vírus.
Segundo Chieppe, do total de casos investigados pela secretaria apenas
4% tiveram complicações e 1% foram considerados graves.
Outra preocupação é com os municípios da Baixada Fluminense, Niterói e
São Gonçalo, cidades onde a grande densidade populacional aumenta o risco
de contaminação da dengue, que atinge seu pico nos meses de março e abril.
O Rio de Janeiro está entre os 16 estados com alto risco de epidemia de
dengue, segundo levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde.
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