Pronunciamento é uma reação a artigo em que médicos argentinos relacionam evidências de que pesticida usado contra mosquito poderia estar associado à microcefalia
Em nota divulgada neste sábado, o Ministério da Saúde afirmou que o larvicida Pyriproxyfen passou por uma minuciosa avaliação de organismos internacionais antes de ser utilizado no país no combate ao Aedes aegypti. O pronunciamento é uma reação à divulgação de artigo de médicos argentinos relacionando evidências de que o pesticida poderia estar associado a microcefalia. Para o governo federal, a relação entre o produto e a má-formação em recém-nascidos carece de "embasamento científico".
"O Ministério da Saúde somente utiliza larvicidas recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os produtos passam por um rigoroso processo de avaliação da World Health Organization Pesticed Evaluation Scheme (WHOPES). O Pyriproxifen está entre os produtos aprovados por esse comitê e também possui certificação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que avalia a segurança do larvicida no Brasil", afirma o texto, que ressalta ainda o registro de casos de microcefalia em regiões onde não houve o uso do pesticida.
Diante da dúvida, o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo, determinou nesta manhã a suspensão temporária do uso do produto em reservatórios de água potável no Rio Grande do Sul.
– Até que provem ao contrário e que se tenha uma manifestação de que é seguro, não vamos mais usar – afirmou o secretário nesta manhã.
O Ministério da Saúde não contestou a decisão gaúcha. De acordo com a nota, o Estado tem autonomia para utilizar o produto distribuído pelo governo federal ou adotar estratégias alternativas. O órgão reforçou que o Pyriproxyfen só é utilizado em situações especiais, "onde há a necessidade de armazenamento de água e os depósitos não podem ser protegidos fisicamente".
Em relatório divulgado nesta semana, a organização argentina Physicians in the Crop-Sprayed Towns afirma as má-formações detectadas em bebês de grávidas que vivem em áreas onde passou a ser utilizado o Pyriproxyfen na água potável "não são uma coincidência". A crítica vai além: "O Ministério da Saúde (do Brasil)coloca a culpa diretamente sobre o vírus zika, ignora sua responsabilidade e descarta a hipótese de danos químicos cumulativos no sistema endócrino e imunológico causados à população afetada".
Diante da dúvida, o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo, determinou nesta manhã a suspensão temporária do uso do produto em reservatórios de água potável no Rio Grande do Sul.
– Até que provem ao contrário e que se tenha uma manifestação de que é seguro, não vamos mais usar – afirmou o secretário nesta manhã.
O Ministério da Saúde não contestou a decisão gaúcha. De acordo com a nota, o Estado tem autonomia para utilizar o produto distribuído pelo governo federal ou adotar estratégias alternativas. O órgão reforçou que o Pyriproxyfen só é utilizado em situações especiais, "onde há a necessidade de armazenamento de água e os depósitos não podem ser protegidos fisicamente".
Em relatório divulgado nesta semana, a organização argentina Physicians in the Crop-Sprayed Towns afirma as má-formações detectadas em bebês de grávidas que vivem em áreas onde passou a ser utilizado o Pyriproxyfen na água potável "não são uma coincidência". A crítica vai além: "O Ministério da Saúde (do Brasil)coloca a culpa diretamente sobre o vírus zika, ignora sua responsabilidade e descarta a hipótese de danos químicos cumulativos no sistema endócrino e imunológico causados à população afetada".
A seguir, leia a nota do Ministério da Saúde na íntegra:
Não existe nenhum estudo epidemiológico que comprove a associação do uso de pyriproxifen e a microcefalia. O Ministério da Saúde somente utiliza larvicidas recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os produtos passam por um rigoroso processo de avaliação da World Health Organization Pesticed Evaluation Scheme (WHOPES). O pyriproxifen está entre os produtos aprovados por esse comitê e também possui certificação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que avalia a segurança do larvicida no Brasil.
Ao contrário da relação entre o vírus Zika e a microcefalia, que já teve sua confirmação atestada em exames que apontaram a presença do vírus em amostras de sangue, tecidos e no líquido amniótico, a associação entre o uso de pyriproxifen e a microcefalia não possui nenhum embasamento científico.
É importante destacar que algumas localidades que não utilizam o pyriproxifen também tiveram casos de microcefalia notificados. A Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS), como autoridade de saúde local, tem autonomia para utilizar o produto adquirido e distribuído pelo Ministério da Saúde ou desenvolver estratégias alternativas. Cabe ressaltar que o Ministério da Saúde somente recomenda a utilização de larvicidas em situações especiais, onde há necessidade de armazenamento de água e os depósitos não podem ser protegidos fisicamente.
É importante lembrar que para erradicar o Aedes aegypti e todos os seus possíveis criadouros, é necessária a adoção de uma rotina com medidas simples para eliminar recipientes que possam acumular água parada. Quinze minutos de vistoria são o suficiente para manter o ambiente limpo. Pratinhos com vasos de planta, lixeiras, baldes, ralos, calhas, garrafas, pneus e até brinquedos podem ser os vilões e servir de criadouros para as larvas do mosquito. Outras iniciativas de proteção individual também podem complementar a prevenção das doenças, como o uso de repelentes e inseticidas para o ambiente.
jornal Zero Hora
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