O SINASCE tem passado por uma situação muito delicada, tendo, inclusive, que fazer rifas para poder pagar despesas básicas. |
Depois de 52 dias de greve, conduzida pelo SINASCE - Sindicato dos Agentes de Saúde e Endemia do Estado do Ceará, os agentes comunitários de saúde e de combate às endemias de Fortaleza amargaram diversas derrotas, entre elas o desconto em folha dos dias parado (desconto do salário base e insalubridade). A implantação do salário, garantido pela Lei 12.994/14, também não foi estabelecida.
O presidente do SINASCE, Luís Cláudio, havia garantido aos trabalhadores que tiveram os valores descontados devolvidos, numa folha suplementar, segundo ele, tal fato se daria em aproximadamente 10 dias. Informação que não condizia com os fatos!
Em face da falta de habilidade de liderança, a categoria saiu da greve com um prejuízo sem precedente, fato que tem refletido com frustração e descontentamento.
As palavras da agente de saúde Lenilce Silva, expressa a angústia dos agentes de Fortaleza. Ela comenta:
"Nos últimos dias houve uma espécie de frustração e descontentamento. É necessário que façamos uma reflexão antes responsabilizarmos o sindicato nesse momento. Todos nós sabíamos quando iniciamos a greve que poderíamos ser penalizados de várias formas como fomos, inclusive com desconto de salários. É bem verdade que não acreditávamos que seria descontado do salário base e insalubridade, pois isso não ocorrera em outras greves, entre tanto em se tratando dessa gestão podemos esperar tudo.
Acredito que o erro do sindicato através do seu presidente foi em falar que a gestão teria que de imediato já informar uma data para a devolução dos descontos, feitos através de uma folha suplementar que seria até os próximos 10 dias. Penso que isso foi o que causou todo esse desconforto, pois dessa forma criou-se uma expectativa de ressarcimento a curto prazo.
Não vejo isso como uma forma de enganar a categoria, mas talvez uma forma de acalmar e fazer com que a mesma entendesse que no momento o melhor seria acatar a solicitação da justiça e suspender a greve por 30 dias. Acreditando ele que se fosse dita de uma outra forma talvez muitos não tivessem aceito a suspensão e como o presidente fala que tem muito cuidado ao dar informações porque as vezes toma um outro rumo. No entanto, acredito que a verdade deva prevalecer sempre mesmo sendo dura.
Não tenho nenhuma procuração para defender ninguém, e eu também pago faculdade, colégio de filho integral e não tenho outro emprego, meu salário foi descontado assim como de quase todos os grevistas, só penso que com esse tipo de insegurança estamos entrando no jogo da gestão, com isso enfraquecendo a categoria e levando desconfiança no sindicato e em si mesmo, " concluiu Lenilce.
Segundo o G1 Ceará, a Justiça decretou a ilegalidade da greve dos agentes comunitários de saúde de Fortaleza e o “retorno imediato” da categoria às atividades no dia 18/09. A Justiça havia estabelecido multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento da ordem. Na ocasião, a categoria estava com as atividades paralisadas há apenas duas semanas.
Apesar da clareza do prejuízo que a categoria sofreria, o presidente do SINASCE preferiu colocar em risco a renda da categoria de ACE e ACS.
A vice-presidente do Sinasce, Vera Miranda, havia afirmado em entrevista ao G1 Ceará: “Fomos recebidos por uma pessoa da Secretaria da Saúde, mas o que ouvimos é que ela não poderia liberar nenhum aumento e que teria de aguardar uma reunião com outros membros da secretaria.”
Registro da indignação da categoria:
Jornal dos agentes de saúde
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