Em protesto pela demora na votação e aprovação, na Câmara dos Deputados, do projeto de lei que define o piso salarial nacional da categoria em R$ 950, os agentes de saúde paralisaram suas atividades profissionais ontem (12) por 24 horas e se manifestaram por todo o país. Em Salvador, os trabalhadores realizaram uma passeata do Campo Grande até a Praça Municipal, com a participação de representantes de outras cidades da Bahia, como Camaçari, Candeias, Dias D’Ávila e Vera Cruz.
“O projeto de lei que queremos que os deputados aprovem propõe o nosso piso salarial de R$ 950 em 2014, R$ 1.012 em 2014 e reajustes conforme a inflação a partir de 2015. Como atualmente não contamos com um mínimo salarial, mesmo o governo federal repassando por meio de portaria R$ 950 por mês aos municípios para cada agente comunitário, muitos gestores municipais pagam para a gente apenas o salário mínimo e utilizam o restante dos recursos para outros fins. Esse é o caso de Salvador, pois a categoria recebe atualmente como salário-base R$ 592, valor menor que o salário mínimo. Isso é uma vergonha e demonstra falta de dignidade com o trabalhador”, explicou o diretor da Associação dos Agentes Comunitários e de Endemias de Salvador (AACES), Cleber Mascarenhas.
Segundo o presidente da AACES, Enádio Pinto, que acompanhou tudo direto de Brasília e saiu com colegas pelos corredores da Câmara para pedir apoio dos deputados, o governo está utilizando manobras políticas para impedir e adiar a votação, pois não quer arcar com os reajustes anuais do piso e não quer permitir a vinculação do piso ao salário mínimo. “Eles adiaram a votação para quarta-feira (20), com o governo alegando que precisa analisar melhor a matéria e ver possíveis saídas para o impasse. Se não for votado, o clima vai esquentar, pois somos uma categoria aguerrida e os agentes unidos jamais serão vencidos. Inclusive, depois das mobilizações em todo o país e de uma grande passeata que fizemos, fechando a rua em frente ao Palácio do Planalto, conseguimos uma reunião com representantes da Secretaria Geral da Presidência da República”, contou Pinto.
Para esta luta, a categoria conta com o apoio do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps), da AACES e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Seção Bahia (CTB-BA). “Os agentes de saúde, categoria da qual eu faço parte, são guerreiros valorosos e precisam de reconhecimento. Precisamos dar um basta nesse piso absurdo de R$ 592, praticado pela gestão impiedosa de ACM Neto. O Sindseps estará sempre no enfrentamento junto da categoria”, ressaltou o diretor do Sindseps Everaldo Braga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Nunca diga para os outros, aquilo que não gostaria de ouvir