16 julho 2013

Ordem de execução na Piedade saiu de presídio em Salvador

João Solidade da Silva, 34, e Paulo Roberto Carvalho Lima, 53

A secretaria de Segurança Pública apresentou, na manhã desta segunda-feira (15), os acusados de cometer o duplo homicídio na Praça Piedade no dia 8 de maio deste ano, João Solidade da Silva, 34, e Paulo Roberto Carvalho Lima, 53.

 



De acordo com o secretário de Segurança Pública, Mauricio Telles Barbosa, o crime está relacionado com conflitos do narcotráfico na capital baiana. Augusto Santos Vilas Boas, o “Gugu”, 20, Cleibson Barreto Oliveira, o “Caquinho”, 20, são apontados como executores, e Frederik Henrik Henry, o “Cachorrão”, 42, teria sido o responsável por conduzir os comparsas até o local do crime.




Gugu já estava preso. Segundo a polícia, ele seria o responsável pelo assassinato de Virginia Maria Pacheco Nonato, 62, no shopping Max Center, Itaigara, em 9 de junho. Caquito foi surpreendido em casa na Rua da Forca, Fazenda Grande do Retiro. Cachorrão, natural de São Paulo, que se identifica como advogado, foi localizado em via pública no bairro da Liberdade.

Todos os acusados foram apresentados à imprensa e escolheram o silêncio como defesa. Com os criminosos a polícia apreendeu dois revólveres calibre 38 e crack.
Um quarto homem identificado apenas como Piu-Piu também participou do crime. Mas está foragido. De acordo com a polícia, ele seria uma espécie de apoio para facilitar a fuga dos executores. O delegado geral do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, Hélio Jorge Paixão, explicou que qualquer informação sobre o suspeito deve ser mantida em sigilo até que ele seja preso.

As vítimas, João e Paulo, seriam receptores de carreamento de drogas que vinham do Amazonas para serem revendidas em Salvador. Entre os “clientes”  está a facção liderada por “Val Bandeira”, preso na Unidade Especial Disciplinar (UED). Bandeira teria ordenado a execução dos rivais.

De dentro da UED o líder do tráfico teria recebido a informação que os rivais executaram um dos integrantes do bando. Além disso, havia uma negociação pendente referente à compra e  venda de 500 kg de drogas, que renderia a Val Bandeira cerca de R$ 5 milhões. Mas o líder do tráfico deu ordem para executar os dois. Ele teria pago R$ 2.7 mil pelo serviço.

Monitoramento

No dia da morte dos traficantes a polícia não soube informar sobre as imagens da câmera de segurança instalada na Praça da Piedade. Nesta segunda, a imagem apresentada como um dos elementos que atestam a culpa dos acusados foi disponibilizada por um estabelecimento comercial.

Questionados pela reportagem do Bocão News sobre as imagens captadas pelas câmaras instaladas na Praça onde ocorreu o crime, o diretor-adjunto da DHPP, José Bezerra Junior, alegou que as câmeras funcionam e que conteúdo não foi apresentado por critérios internos da polícia.

Enquanto Bezerra respondia à pergunta, o secretário Maurício Barbosa tomou a palavra para afirmar que outros quadros do governo estadual e da prefeitura de Salvador seriam responsáveis pela manutenção e, consequentemente, pelas informações referentes às câmara de monitoramento da cidade. Se esquece o chefe da pasta, que durante a apresentação, ele fala como parte da estrutura administrativa do Estado e, portanto, não pode se eximir da responsabilidade.

Segurança

A voz de comando para execução dos traficantes saiu de dentro de um presídio em Salvador, um problema que a secretaria de Segurança tenta coibir. “Criamos um núcleo de inteligência dentro dos presídios com policiais especializados para identificar as lideranças e tentar coibir ações deste gênero. Temos reforçado periodicamente as revistas dentro dos presídios no interior e na capital, para fazer a apreensão de aparelhos celulares”.

Contudo, Maurício reconhece que é necessário ampliar os investimentos em segurança. ”Há uma minoria de polícias que infelizmente são corrompidos pelo trafico e facilita a ação dos traficantes”, lamenta.

Fotos: Fabíola Lima // Bocão News
Nota originalmente postada às 13h do dia 15

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