Foi velado ontem (17) o corpo da agente de saúde que morreu após esperar cerca de dez horas por uma vaga de UTI no município de Vila Velha. O velório de Rita de Cássia Monteiro, de 47 anos, foi realizado no bairro Santa Inês.
Muito emocionados, familiares e amigos demonstravam um misto de dor pela perda e revolta já que, para eles, a morte da agente de saúde poderia ter sido evitada se não fosse a negligencia médica.
“Estamos jogados às traças. A gente não pode contar com a saúde pública, além dos impostos, que a gente não sabe para onde vai o dinheiro. É um momento de indginação, de revolta e de muita tristeza”, desabafou a sobrinha Rafaela Gonçalves.
Segundo a família, Rita de Cássia começou passar mal na última terça-feira (15), depois de uma crise asmática. Ela foi levada ao PA da Glória e teria ficado quase cinco horas dentro de uma ambulância a espera de atendimento. Com de saúde bastante debilitada, Rita foi transferida para o Hospital Antônio Bezerra de Faria, onde a paciente também teria esperado cinco horas dentro da ambulância por uma vaga de UTI. Assim que deu entrada na unidade, a agente de saúde não resistiu e morreu.
“Isso que eu não me conformo. Uma agente de saúde, que prestava saúde aos outros e na hora que ela precisou, não teve”, comentou Margarida Araújo. A família agora pretende acionar a justiça. “O Ministério Público já foi acionado. Hoje não temos cabeça para pensar nisso, mas depois que a poeira baixar, vamos pensar seriamente”, disse Rafaela.
No PA da Glória, onde Rita de Cássia recebeu os primeiros atendimentos, o diretor da unidade deu outra versão sobre o caso. “Essa paciente deu entrada na madrugada de segunda para terça com um quadro de intoxicação exógena com suspeita de ingestão de medicamentos. Ela foi imediatamente atendida na sala de emergência. Na manhã de terça-feira, a paciente começou a rebaixar a consciência o que levou a equipe médica a entubá-la, colocá-la no respirador e chamar o Samu para que ele conseguisse uma vaga de UTI para a mesma. O Samu veio buscar a paciente com direcionamento para o Hospital Antônio Bezerra de Faria. A partir desse momento, ela foi transferida em boas condições e encaminhada para o hospital. A partir daí a responsabilidade passa a ser do Samu e do hospital que iria recebê-la”, disse o diretor médico Eliud Garcia Duarte.
O enterro vai acontecer durante a tarde no Cemitério de Santa Inês, em Vila Velha. Sobre o problema de vagas na UTI, a diretora do Hospital Antônio Bezerra de Faria, Rosani Caiado, informou em nota que vai abrir uma sindicância para apurar o caso. A nota informa também que o quadro da paciente era muito grave e que ela recebeu toda assistência médica dentro da unidade móvel de UTI enquanto o leito estava sendo providenciado.
FONTE: FOLHA VITÓRIA.
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