Foto: Divulgação
Depois de ter causado epidemias na Ásia, África, Europa e Caribe, o vírus chikungunya tem grande chance de proliferar no Brasil e em outros países americanos, de acordo com um estudo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o Instituto Pasteur. A pesquisa foi publicada no Journal of Virology e afirma que em cidades populosas, como o Rio de Janeiro, com grande infestação de um dos vetores da doença, o mosquito Aedes aegypti (também transmissor da dengue), o risco de disseminação é muito alto. A preocupação dos pesquisadores com o avanço da doença na América Latina foi o relatos de casos suspeitos da febre do chikungunya na ilha de Saint Martin, no Caribe, segundo o coordenador do estudo, Ricardo Lourenço, do Laboratório de Hematozoários do IOC. "Desde 2004, o vírus vem se alastrando pelo mundo e já houve registro de casos importados no Brasil, envolvendo pessoas que viajaram para outros países. A transmissão da doença em solo brasileiro ainda não ocorreu, mas a pesquisa recém-concluída revela que há um risco real e é preciso agir para evitar uma epidemia grave, uma vez que os mosquitos transmissores são os mesmos da dengue", disse. Assim como a dengue, não há vacina e remédio específico contra o chikungunya, apenas hidratação e uso de medicamentos para tratar os sintomas da doença, que são semelhantes ao da dengue, mas somam-se a dores nas articulações que podem durar vários dias. Com informações do portal Terra.
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Chikungunya (CHIKV) é um
arbovírus, do gênero Alphavirus (Togaviridae), que é transmitido aos seres
humanos por mosquitos do gênero Aedes.1 Até recentemente havia sido detectado
somente na África, onde estava restrito a um ciclo silvestre (Jupp & Kemp
1996, Diallo et al. 1999), e na Ásia e na Índia onde sua transmissão era
principalmente urbana, envolvendo os vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus2
. Casos da doença causada pelo vírus, a Febre Chikungunya, foram detectados no
Brasil pela primeira vez em Agosto de 20103 . O período de incubação do vírus é
de 4 a 7 dias, e a doença, na maioria dos casos, é auto-limitante. A
mortalidade em menores de um ano é de 0,4%, podendo ser mais elevada em
indivíduos com patologias associadas4 . O nome Chikungunya, que significa
"aqueles que se dobram", tem origem no Swahili, um dos idiomas
oficiais da Tanzânia, onde foi documentada a primeira epidemia da doença, em
1953, e refere-se à aparência curvada dos pacientes, motivada pelas intensas
dores articulares e musculares, característica da doença.
Há casos da Febre
Chikungunya relatados na Tailândia (em 1953), Indonésia, Taiwan, Cingapura,
Malásia, Sri Lanka, Ilhas Maldivas, Quênia (em 2004), Comores (em 2005),
Mayotte, Ilhas Seychelles, Maurícias, Reunião (2005-2006) e Índia (2006), e, em
menor intensidade, na Itália, Martinica, Guadalupe, Guiana Francesa, Estados
Unidos2 e Brasil (em 2010)3 . Os casos confirmados no Brasil referem-se a dois
pacientes do sexo masculino (de 41 e 55 anos, em São Paulo) que apresentaram os
sintomas depois de uma viagem para Indonésia. A terceira paciente, uma paulista
de 25 anos, esteve na Índia5 .
Um surto de CHIKV foi
relatado em 2006 em Andhra Pradesh (India), mesma época em que casos alóctones
foram relatados em diversos países europeus.6 A existência de grandes cidades
densamente povoadas onde existam os insetos vetores da doença, bem como o
aumento do número de viagens entre países e intercontinentais facilitam
sobremaneira a disseminação do vírus.
Vetores e transmissão[editar
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A transmissão do vírus
Chikungunya (CHIKV) é feita através da picada de insetos-vetores do gênero
Aedes, principalmente pelo Aedes aegypti. O Aedes albopictus, à parte a sua
predileção pelo ambiente silvestre, também é considerado vetor da doença2 6 .
Embora a transmissão direta entre humanos não esteja demonstrada, há de se
considerar a possibilidade da transmissão in utero da mãe para o feto.
Principais sintomas[editar |
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Os sintomas da Febre
Chikungunya são característicos de uma virose, e portanto, inespecíficos. Os
sintomas iniciais são febre acima de 39º, de início repentino, dores intensas
nas articulações de pés e mãos, dedos, tornozelos e pulsos, dores de cabeça,
dores musculares e manchas vermelhas na pele. O diagnóstico diferencial com a Febre
Hemorrágica da Dengue é extremamente importante, razão pela qual, ao
aparecimento dos sintomas é fundamental buscar socorro médico. É interessante
ressaltar que, diferentemente da Dengue, por exemplo, doença viral transmitida
pelos mesmo vetores, uma parte dos indivíduos infectados pode desenvolver a
forma crônica da doença, com a permanência dos sintomas, que podem durar entre
6 meses e 1 ano. “Há casos de pacientes que não conseguem escrever”, diz o
coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde,
Giovanini Coelho.7
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