Ruy Ramos e Lisiane Guimarães pediram demissão
A bancada de oposição na Câmara Municipal de Salvador convidará o ex-secretário da Fazenda de Salvador, Ruy Marcos Macedo Ramos, e sua subsecretária, Lisiane Guimarães, que pediram demissão na noite desta terça-feira (16), após discussão acalorada em uma reunião com o prefeito João Henrique (PP). Os dois serão chamados para prestar esclarecimentos sobre a denúncia de que foram pressionados diretamente por JH e pela gestora de Saúde, a primeira-dama Tatiana Paraíso, a direcionar pagamentos para quitar débitos de campanha de candidatos a vereador do PTN, presidido pelo secretário de Educação, João Carlos Bacelar, que dobrou a sua bancada na Câmara de três para seis representantes a partir de 2013, bem como dar apoio logístico ao prefeiturável ACM Neto (DEM). A não concordância da dupla na suposta maquiagem de recursos públicos teria sido o estopim para que deixassem seus cargos. "O Palácio [Thomé de Souza] está tentando argumentar o contrário, mas está claro que tentaram colocar a máquina pública para beneficiar ACM Neto. Vamos cumprir o nosso papel de fiscalizador para dar uma satisfação à sociedade", argumentou o vereador Henrique Carballal, líder no PT na Casa, em entrevista ao Bahia Notícias. "Nós achamos muito estranha essa saída dos secretários no final da gestão. É uma área delicada, em que a prefeitura já cometeu muitas irregularidades, ilegalidades e inconstitucionalidades na gestão financeira, como nós constatamos no relatório do Tribunal de Contas de 2009 e 2010. Há muitas especulações e interrogações e nós precisamos saber o porquê dessa saída inesperada", justificou a integrante da Comissão de Orçamento e Finanças, Aladilce Souza (PCdoB).
De acordo com as denúncias, haveria a exigência da administração soteropolitana de que recursos carimbados para Saúde e Educação servissem para pagar rubricas de outras atividades, com fins eleitoreiros. Tanto Ruy quanto Lisiane foram procurados pela reportagem para confirmar ou descartar as especulações, mas estão com os telefones celulares desligados desde a demissão. Apesar disso, em telefonema ao BN, o vice-governador e presidente estadual do PSD, Otto Alencar, revelou que foi procurado pelo ex-titular da Sefaz. Ele o conheceu por meio do seu irmão, o prefeito de Ibiquera, Rildo Ramos, filiado ao seu partido. "Ele disse que tinha responsabilidade e jamais aceitaria fazer qualquer coisa irregular. Conheço ele e a família dele e jamais ele se submeteria à pressão do prefeito", relatou. Segundo Otto, a exoneração dos servidores é irreversível. "Ele [Ruy Ramos] não vai voltar atrás. A saída de Ruy é de forma irrevogável ", complementou. Em nota enviada à imprensa, Bacelar negou as denúncias e as atribuiu a uma retaliação do PT, depois da composição PTN-DEM. "A rejeição feriu profundamente o deputado federal Nelson Pelegrino, que passou a atacar sistematicamente o partido e a minha pessoa, usando práticas costumeiras do PT: plantando boatos e fazendo acusações levianas, sem provas e sem fundamentos", justifica o comunicado. Já a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom), contatada pelo BN, descartou a veracidade da história. A pasta resumiu que a discussão entre o prefeito e seus auxiliares se limitou "à necessidade de equacionar algumas questões para cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal", mas admitiu que o Município "terá dificuldades de fechar a conta de 2012". Atualmente, a prefeitura acumula débitos de aproximadamente R$ 10 milhões na Saúde, R$ 10 mi em publicidade e R$ 7 mi na Educação.
Fonte: Bahia Noticias
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Nunca diga para os outros, aquilo que não gostaria de ouvir