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Embora sustentasse discurso de defesa do corte de gastos públicos durante sua campanha à prefeitura de Salvador, o gestor eleito ACM Neto (DEM) dobrou, imediatamente após assumir o cargo, os jetons pagos a conselheiros de empresas municipais – muitos deles, titulares de pastas da cidade. A informação foi obtida pela Folha de S. Paulo, por meio da Lei de Acesso à Informação, e publicada neste sábado (3). Jetons são verbas pagas a servidores pela participação mensal em conselhos de administração. Eles não contam como salários e, por conta disso, não entram no teto salarial previsto na Constituição, atualmente de R$ 29,4 mil. De acordo com o jornal, desde a posse do democrata, em janeiro de 2013, o valor do jeton para conselheiros passou de R$ 2.856,80 para R$ 5.756,15 em três empresas – Saltur, Desal e Limpurb – e de R$ 2.590.10 para R$ 4.930 na Cogel. Com a medida, secretários municipais aumentaram em até R$ 22 mil sua remuneração. É o caso, por exemplo, do dirigente da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, que acumula cadeiras em quatro conselhos, e vê seu salário saltar de R$ 15 mil para R$ 37 mil. Braço direito de Costa, o subsecretário George Tormin participa de dois conselhos de administração e de dois conselhos fiscais, funções que lhe rendem um extra de R$ 14 mil por mês. No início da administração de Neto, o então secretário da Casa Civil, Albérico Mascarenhas, participava de três conselhos e recebia cerca de R$ 16 mil em jetons. Hoje, ele tem assento só na Saltur. Procurado pela publicação, o secretário de gestão de Salvador, Alexandre Paupério, não comentou o assunto.
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