09 novembro 2011

TEMPO CHUVOSO AUMENTA O PERIGO NO QUE SE REFERE A LEPTOSPIROSE



Segundo um ditado popular, após a tempestade vem a bonança. No que se refere à leptospirose, a situação é bem diferente. De acordo com especialistas, depois de dias chuvosos, os riscos de contaminação são ainda maiores em relação à doença transmitida através do contato com urina do rato infectado. 
“É importante reforçar os cuidados com a higiene tanto da casa, quanto da rua”, lembra o biólogo Paulo Oliveira, do setor de Vigilância e Outras Zoonoses Urbanas da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). A infecção espalha-se pelos pulmões ou rins, provoca insuficiência respiratória ou renal e pode matar em menos de 24 horas. O lixo é o principal inimigo dos órgãos de controle da doença na capital.
Dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) apontam, entre 1° de janeiro a 10 de setembro, 252 notificações de leptospirose em todo estado, sendo 133 casos confirmados e 17 óbitos. Em todo o ano passado, foram 358 notificações, 232 confirmações e 31 mortes.   
Na capital baiana, conforme estatísticas da SMS, somam-se 125 notificações, 73 casos confirmados e seis óbitos. O levantamento identifica ainda uma redução de 30% da letalidade da doença em relação ao ano passado.  



Apesar dos dados apontarem uma queda em relação ao número de mortes, os números ainda merecem a atenção tanto da prefeitura, quanto da população. “É importante manter a casa limpa, não acumular lixo e evitar deixar restos de alimentos à disposição dos roedores, pois, de nada adianta fazer o controle das pragas se a população não fizer sua parte. Onde houver abrigo, água, alimento e acesso, haverá ratos”, lembra.
Os bairros com maior incidência da doença se concentram no Subúrbio Ferroviário de Salvador e no Distrito Sanitário de Pau da Lima, que engloba São Marcos, São Rafael e adjacências. “A carência de saneamento básico adequado e a ocorrência de alagamentos nestas regiões favorecem a maior frequência de casos da doença”, diz. 
No período que antecede as chuvas, entre setembro e março, a SMS realiza um Plano de Contingência da Leptospirose. “Visitamos as áreas atingidas, aplicamos raticida e esclarecemos as comunidades sobre as formas de prevenção e os riscos da doença”, conta, ressaltando que cerca de 15 dias após a estiagem é que começam a surgir os casos da doença. 
Cães e gatos contaminados também são transmissores
O rato de esgoto é o principal responsável pela infecção humana, em razão da sua superpopulação e a proximidade com os seres humanos. A bactéria multiplica-se nos rins desses animais sem causar danos e é eliminada pela urina, que penetra através da pele e de mucosas (olhos, nariz, boca) ou através da ingestão de água e alimentos contaminados. 
A presença de pequenos ferimentos na pele facilita a penetração, que pode ocorrer também através da pele íntegra, quando a exposição é prolongada, porém, não há registro de transmissão de uma pessoa para outra. 
Além de ratos, a doença acomete ainda cães, gatos, bois, cavalos, porcos, cabras, ovelhas. Esses animais, que na maioria dos casos são portadores assintomáticos, eliminam a bactéria na urina.
Fonte: Tribuna da Bahia On Line

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