07 junho 2012

Bahia é o 2º em mortes por leptospirose no NE

CIDADES

07/06/2012 às 19:51  | ATUALIZADA ÀS 20:30
                                                                     Raul Spinassé/Agência A TARDE                                  Hieros Vasconcelos Rego
Descarte irregular de lixo e as chuvas contribuem para a escalada da doença na Bahia 
Descarte irregular de lixo e as chuvas contribuem para a escalada da doença na Bahia

Bueiros entupidos, terrenos abandonados, falta de saneamento básico, matagais e lixo. Esta é a combinação ideal para a infestação de ratos na cidade, principal vetor da leptospirose, doença infecciosa que pode levar à morte.
Na capital baiana, a situação pode ser considerada calamitosa, já que o Centro de Controle de Zoonoses de Salvador (CCZ) considera que há infestação em vários de bairros devido à grande concentração de lixo, em alguns casos descartado irregularmente pela  população, esgotos e restos de alimentos espalhados pelas ruas e terrenos baldios.
Segundo o Ministério da Saúde, somando os dados dos últimos quinze anos (1997 a 2011), a Bahia se configura como o segundo Estado de maior número de óbitos por leptospirose no Nordeste, com 306 mortes, atrás apenas de Pernambuco, com 520 mortes. Nacionalmente, a Bahia fica em sexto, atrás de Pernambuco, Paraná (478), Rio de Janeiro (816), Rio Grande do Sul (503) e São Paulo (1447).
“A gente considera infestação de ratos alta quando você identifica roedores circulando no ambiente durante o dia. Na verdade, há infestação em toda a cidade. Em alguns lugares é maior, devido aos fatores ambientes, principalmente nas periferias”, explica a bióloga Helena Farias, responsável pelo controle de roedores de Salvador no CCZ.
Conforme a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), até maio deste ano já foram registrados 94 casos e duas mortes.  Apesar do alto número de mortes, os dados da Sesab mostram uma redução de 57,8% se comparado 2010 (38 óbitos) com 2011 (16 óbitos).
Ainda conforme o Ministério da Saúde, as capitais e regiões metropolitanas são mais suscetíveis à ocorrência da doença, principalmente em períodos chuvosos,  por causa da poluição de rios, dos inúmeros esgotos a céu aberto, do acúmulo de lixo em locais inapropriados e da grande rede de galerias subterrâneas.
Ratos - A reportagem de A TARDE recebeu denúncias de infestação de ratos nos bairros do Bonfim, Barbalho, Carlos Gomes e Barris e, ao chegar a esses lugares, constatou  amontoados de lixo.
Moradora da Praça dos Dendezeiros, a cabeleireira Lúcia Pinto tem sofrido com a quantidade de ratos que invadiu a sua casa. “Gasto muito dinheiro com raticida e não deixo ninguém andar descalço no quintal de minha casa”, revela.
O índice de infestação dos animais é definido após vistorias periódicas do CCZ nos bairros, a fim de detectar trilhas, tocas e fezes. Quando o índice (baseado na tabela do Centro de Controle de Doença e Prevenção, do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos) passa dos 25%, é feita a desratização, com venenos à base de hidróxido cumarina. Quando há caso de leptospirose, equipes vão ao bairro onde a vítima se contaminou para realizar a desratização.
Segundo o CCZ, os distritos com índice de infestação acima dos 25% são Pau da Lima, subúrbio ferroviário, São Caetano, Valéria, Cabula-Beiru, Itapagipe, Liberdade,  São Cristóvão e Itapuã. Neles estão os maiores índices de casos de leptospirose.
A Tarde oline.

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