O secretário de Saúde do município, José Antônio Rodrigues Alves, explicou como descobriu a fraude de R$ 5 milhões na pasta, liderada pela servidora Gilvana Cintra Matos. “No mês de abril havia solicitado o fechamento da folha de pagamento com antecipação e identificamos uma pessoa que era estranha à folha referente ao mês de março. A partir dessa evidência fizemos uma investigação que demorou dois dias e vimos que esses fatos eram repetidos mês a mês, com alguns meses sem ocorrer o fato. Comunicamos isso ao Ministério Público e passamos a fazer uma operação em conjunto”, disse.
Ele explica que ela conseguiu operar a fraude porque tinha a senha. A funcionária é uma técnica administrativa. “Leva a suspeitar que ela fez uma alteração com uma senha que permitia ter essa amplitude de ações desde o cadastro até o momento do pagamento”, afirmou. O secretario garantiu que a folha de pagamento será monitorada e a senha alterada. “Ao longo do período de cinco meses onde ela cumpria licença maternidade não se observou nenhum indício de fraude. Quando ela voltou já estava tudo monitorado”, pontuou.
Segundo a promotora Lívia Vaz, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), a servidora Gilvana Cintra alterava os dados dos sistema logo após os pagamentos. “Ela pegava servidores que já tinham vínculos com a Secretaria de Saúde, mas que já estavam desligados, mantinha o cadastro ativo e alterava apenas no momento do pagamento, o CPF e os dados bancários. Embora houvesse auditoria, ela fazia questão de alterar os dados no sistema após creditar os valores nas contas dos laranjas. Então ficava a conta, o CPF e o nome dos servidores e não dos laranjas”, explicou.
A coordenadora do Gaeco explicou ainda que desde 2010 a folha de pagamento era feita com o mesmo IP, usuário e senha da servidora Gilvana Cintra. “Quando ela saiu de licença maternidade e retornou no início de setembro ela quis perpetrar o mesmo esquema e ai foi detectado essa tentativa e tivemos que deflagrar a operação”, disse. Ela explicou também que os laranjas eram pessoas humildes que moram no Subúrbio Ferrioviário.
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