Em coletiva no Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), o secretário municipal da Saúde, José Antônio Rodrigues Alves, revelou detalhes dos desvios de cerca de R$ 5 milhões na pasta. De acordo com o titular, a servidora Gilvana Cintra Matos, que seria a líder do esquema, fraudou as folhas de pagamento desde o primeiro momento em que ocupou a função.
“Depois que conseguimos cruzar as nossas informações e as informações do MP, conseguimos avançar. Ela utilizava de alguns artifícios de forma diferenciada que impediu que descobríssemos tudo desde 2009. Ela fez uma forma de ajustes. Sempre apagava o que tinha acabado de fazer para não deixar rastros. Isso dificultou, no primeiro momento, a investigação”, revelou José Antônio Rodrigues Alves.
O secretário ainda contou que Gilvana Cintra Matos foi contratada pela Secretaria Municipal de Saúde em 2008, através de uma seleção para trabalhar na folha de pagamento. “Entrou como técnica administrativo da secretária e tem nível superior incompleto”, completou.
Operação Higia
A servidora foi presa por meio da 'Operação Hígia', deflagrada pelo MP-BA através do Gaeco. De acordo com informações do MP-BA, a operação busca cumprir seis mandados de prisão temporária, quatro de condução coercitiva e cinco de busca e apreensão. O esquema começou a ser investigado em maio de 2015 a partir de representação formulada pelo secretário municipal de saúde.
As investigações, conduzidas pelo Gaeco com o apoio da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência do MP (CSI), constataram ainda que a fraude vinha sendo implementada por uma funcionária pública responsável pela gestão da folha de pagamentos de terceirizados da Secretaria, o que era efetivado por meio do desvio de salários para contas de “laranjas”. Os envolvidos estão sendo investigados pela prática dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A Secretaria Municipal de Saúde colaborou com as investigações desde o início, o que contribuiu para o desenvolvimento da operação.
A operação desencadeada pelo Gaeco contou com a participação de promotores de Justiça que integram o Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes contra a Ordem Tributária, Econômica, as Relações de Consumo, a Economia Popular (Gaesf), bem como de policiais do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco). Promotores de Justiça e a Polícia Civil de Itapetinga, bem como a Corregedoria-Geral da Polícia Militar, também deram apoio às ações.
Fonte: Bocão News
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Nunca diga para os outros, aquilo que não gostaria de ouvir