A Bahia reflete um drama comum em vários outros estados: este ano, até o dia 24 de abril, foram notificados em território baiano 20.813 casos de dengue. Um aumento de 153% em relação ao mesmo período de 2014, quando houve 8.241 registros, segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
O estado da Bahia está entre os dez primeiros com maior número absoluto de casos da doença de 1º de janeiro a 18 de abril, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde. Ocupa o 8º lugar, com 20.746 ocorrências neste período.
No ranking nacional, os três primeiros colocados são os estados de São Paulo (401.564), Goiás (63.203) e Minas Gerais (60.838). No país, foram registrados 745.900 casos da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Quanto às taxas por 100 mil habitantes, a Bahia cai para a 14ª posição (137,2 por 100 mil). Os três primeiros colocados são Acre (1.064,8), Goiás (968,9) e São Paulo (911,9).
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Índice regional
Dos 417 municípios baianos, 286 (68,6%) notificaram a doença por meio dos sistemas de informação da Vigilância Epidemiológica. Itabuna se destaca, com 4.280 notificações. Ilhéus registrou 3.629; Jequié, 1.508; Salvador, 880; Ibicaraí, 592; Jeremoabo, 569; Buerarema, 470; Simões Filho, 406; Macaúbas, 398, e Feira de Santana, com 396. Esses dez municípios concentram 63,1% dos casos.
Este ano, já foram confirmados no estado cinco casos de dengue com sinais de alarme e três casos de dengue grave. Destes, duas mortes foram registradas, sendo uma em Feira de Santana e outra em Salvador. Segundo a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesab, Jesuína Castro, o aumento das notificações está relacionado a "fragilidade" nas visitas de agentes de endemia nos municípios.
Ineficiência
"Um dos problemas para o controle é a falta de visitas dos agentes e a qualidade das que são feitas. Essas visitas são de competência de cada município. Tem agente que pergunta ao morador: 'Tem dengue aí?'. Não pode ser assim. Há uma técnica de visita definida para achar o criadouro do mosquito".
A coordenadora diz também que outro aspecto influenciou no aumento: o vírus dengue 1 (há quatro tipos de vírus) voltou a circular. "O vírus dengue 1 não estava circulando com essa força desde 2010 e, em 2015, voltou a aparecer com força total", acrescentou.
O período de maior transmissão ocorre no verão, quando as condições climáticas contribuem para a reprodução do mosquito. "Estamos no final desse período de maior transmissão. No entanto, na região metropolitana, Recôncavo e em Salvador esse período vai até junho porque há mais sol, com clima quente", frisou.
Uma possível subnotificação em 2014 também foi apontada como causa do aumento. Segundo Jesuína, com a chikungunya, o alerta estadual foi maior, o que teria aumentado o número de notificações. "Houve também uma banalização da dengue. As pessoas pensam: 'Já sei o que é' e não vão ao médico. Mas é importante ir, até para ajudar a termos um mapeamento fidedigno da situação".
Sintomas
Segundo o Ministério da Saúde, a primeira manifestação da doença é febre alta, de 39° a 40°, e que geralmente dura de dois a sete dias. O sintoma costuma vir acompanhado de dores na cabeça, atrás dos olhos, no corpo e nas articulações, prostração, fraqueza, erupção e prurido cutâneo.
São comuns também perda de peso, náuseas e vômitos. Quando a febre começa a diminuir, entre o 3º e 7º dia, pode ocorrer a recuperação ou cura da doença. No entanto, em alguns casos, o quadro pode evoluir para formas graves. Esta situação pode ser diagnosticada quando aparecem sinais de alarme, como dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros. A orientação é que o paciente procure o serviço de saúde mais próximo e evite a automedicação.
Fonte: Atarder Uol
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