VIGILÂNCIA
O Ministro da Saúde, Arthur Chioro, anunciou neste sábado (11) que o exame para diagnóstico etiológico do paciente suspeito de infecção pelo vírus Ebola apresentou resultado negativo, após análise no Instituto Evandro Chagas. Em coletiva à imprensa, o ministro explicou que a confirmação do diagnóstico, contudo, só deverá ocorrer após a realização de um segundo exame, cuja mostra será coletada neste domingo.
Chioro reforçou a importância do país ter seguido todos os protocolos internacionais de identificação de casos suspeitos de Ebola. "Em nenhum momento colocamos o caso como possibilidade remota, mesmo com a avaliação de baixíssimo risco. Em nenhum momento, esta possibilidade fez com que o SUS, formado pelas três esferas de governo, tivesse menosprezado a gravidade do caso. Nos preparamos, de fato, para enfrentar a situação.", afirmou.
O ministro ressaltou que, mesmo após o resultado negativo do primeiro exame, não haverá desmobilização das ações de monitoramento, inclusive das pessoas que tiveram contato com o paciente. Segundo ele, a expectativa é que o resultado do segundo exame também seja negativo. No entanto, reforçou que só será possível descarta-lo após a nova análise.
O estado de saúde do paciente é bom, não apresenta febre e está mantido em isolamento total no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro (RJ). Se o caso também for descartado como Ebola no segundo exame, o paciente sairá do isolamento e o sistema de vigilância dos contactantes será desmontado.
PRECONCEITO - O ministro repudiou comentários racistas e preconceituosos que foram publicados nas redes sociais. “É inaceitável as atitudes racistas que algumas pessoas têm mostrado em relação ao primeiro caso suspeito da doença no Brasil. O Ebola não tem nenhuma relação com dimensão social”, afirma o ministro.
Neste domingo (12), será colhida a segunda amostra de sangue, que também será enviada para análise laboratorial no Instituto Evandro Chagas, no Pará, que pertence à Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. Se o segundo exame também for negativo, os 64 possíveis contactantes, com o resultado negativo, deixam de ser acompanhados.
O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, reforçou que o Brasil adotou todos os procedimentos previstos no Regulamento Sanitário Internacional. Segundo o secretário, estudos demonstram que bloqueios em aeroportos do país destino foram ineficazes. "Os especialistas concordam que o mais importante é fazer a avaliação no aeroporto de saída destes países. Atualmente, as maiores fronteiras são os centros de saúde. Então, é fundamental fortalecer a capacidade de detectar casos da doença nestes locais”, reforçou. Ele lembrou que não há voo direto dos países acometidos pela epidemia ao Brasil.
INVESTIGAÇÃO - O caso suspeito de ebola foi notificado na quinta-feira (9), na Unidade de Pronto Atendimento Brasília, em Cascavel (PR). Todas as medidas de biossegurança foram adotadas pelas autoridades para isolamento do paciente, bem como a investigação de todas as pessoas que tiveram contatos com ele, para interromper uma possível cadeia de transmissão do vírus.
O homem, de 47 anos, saiu de Guiné, na África Ocidental, no dia 18 de setembro, com conexão em Marrocos, e chegou ao Brasil em 19 do mesmo mês. Por apresentar febre e, ter vindo de um dos países com epidemia da doença, o caso foi classificado como suspeito. Ele continuar sendo acompanhado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro (RJ), até resolver seu caso clínico.
Por Carlos Américo, da Agência Saúde/Ascom
Ministério da Saúde
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