Foto: Divulgação / MBL
O Movimento Brasil Livre (MBL) recebeu apoio de partidos como PMDB,
DEM, PSDB e Solidariedade para realizar manifestações a favor do
impeachment da presidente Dilma Rousseff. Criado em 2014 como uma
entidade apartidária, o grupo teria recebido apoio de legendas da
oposição para impressão de panfletos, uso de carros de som e ônibus e
pagamento de lanches. De acordo com o UOL, apesar de realizarem
campanhas para arrecadação de dinheiro, os coordenadores do grupo também
passaram a negociar a ajuda de partidos pelo menos a partir deste ano.
Em áudios obtidos pela publicação, um dos coordenadores nacionais do
MBL, Renan Antônio Ferreira, diz a um colega do movimento que tinha
fechado com partidos políticos para divulgar os protestos de 13 de março
usando “as máquinas deles também". Em nota, Renan confirmou a
autenticidade do áudio e informou que o comitê do impeachment tinha
lideranças de partidos como DEM, PSDB, SD e PMDB. "As manifestações não
são do MBL. 13 de Março pertence a todos os brasileiros, e nada mais
natural que os partidos de oposição fossem convidados a usar suas redes
de divulgação e militância para divulgar a data. Não houve nenhuma ajuda
direcionada ao MBL. Pedimos apenas que divulgassem com toda energia
possível. Creio que todos o fizeram”, justifica. Segundo o UOL, o PMDB,
por exemplo, teria custeado a impressão de panfletos para o MBL divulgar
as manifestações pró-impeachment ocorridas no dia 13 de março. O
presidente da Juventude do PMDB, Bruno Júlio, informou que solicitou ao
presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, que custeasse
20 mil panfletos de divulgação dos atos, com a inscrição "Esse
impeachment é meu" – lema do MBL, estampado em camisetas do grupo. A
assessoria de Moreira Franco nega. "O MBL auxiliou na logística,
distribuindo os panfletos e colando cartazes, mas a Fundação Ulysses
Guimarães pagou porque se tratava de uma campanha nossa, da Juventude do
PMDB, que nós encampamos", explicou a assessoria de Franco, hoje
secretário-executivo de um órgão do governo interino de Michel Temer.
Posteriormente, ele negou que o pagamento tenha ocorrido e afirmou que
nem Moreira Franco nem o PMDB jamais trabalharam em parceria com o MBL. O
Solidariedade, contudo, confirmou o financiamento. "O apoio do
Solidariedade ao MBL foi com a convocação da militância para as
manifestações do impeachment, carro de som nos eventos e divulgação dos
atos em nossas redes”, detalhou o partido em nota. Já o DEM informou que
atuou em conjunto com o MBL, mas negou qualquer tipo de ajuda
financeira ou apoio material ao movimento. "O Democratas se uniu aos
movimentos de rua em favor do impeachment. Não houve nenhum tipo de
apoio financeiro, apenas uma união de forças com os movimentos de rua,
dentre eles o MBL", disse o partido. Em outra gravação, o secretário de
Mobilização da Juventude do PSDB do Rio de Janeiro, Ygor Oliveira, dá
detalhes a seus colegas de partido sobre uma "parceria com o MBL" para
financiar uma manifestação que veio a ocorrer no dia 11 de maio, em
Brasília, durante a votação no Senado que resultou no afastamento de
Dilma Rousseff da Presidência da República. Oliveira confirmou a
autenticidade da mensagem, mas disse que a "parceria" acabou por não se
concretizar. "Isso foi um rascunho de uma parceria, que acabou não dando
certo", afirmou.
Bahianotícias
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