04 fevereiro 2011

Por "tradição", Prefeitura de Salvador paga alimento para pombos


Capital da Bahia gasta quase 5 toneladas de milho por ano com aves que ameaçam saúde pública e destroem patrimônio histórico
Praça Municipal.
Enquanto cidades como Goiânia (GO) e Londrina (PR) buscam soluções para a superpopulação de pombos, a Prefeitura de Salvador compra 400 kg de milho por mês para alimentar as aves que sobrevoam a sede do Executivo municipal.
Diariamente, um funcionário terceirizado de limpeza da prefeitura distribui milho aos pombos na praça Thomé de Souza, localizada no centro da cidade e que abriga ainda pontos turísticos importantes, como o elevador Lacerda e o Palácio Rio Branco.
“A alimentação ocorre todo dia, exceto domingo. O funcionário roda a praça toda e junta mais pombos ainda”, disse o funcionário de uma lanchonete na praça, que não quis se identificar. Ao todo, a prefeitura gastou R$ 3.168 em 2010 na compra de 4.800 kg de milho para alimentar os pássaros.
A medida vai de encontro ao próprio Código de Saúde do município (lei 5.504, de 1999), que atribui à administração responsabilidade em “prevenir as infecções humanas transmitidas por animais, direta ou indiretamente, seja na condição de vetores ou como veículos”.
Pombos podem causar doenças como criptococose e histoplasmose, micoses causadas por fungos que se desenvolvem nas fezes das aves e que atacam pulmões, sistema nervoso central e outros órgãos internos. Estão associados também a dermatites e alergias.
Segundo o Manual sobre Pombos Urbanos da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, as fezes dos pombos também podem provocar danos materiais. Ácidas, danificam pinturas, superfícies metálicas, fachadas e monumentos. Um pombo produz, em média, 2,5 kg de fezes por ano.
No caso de Salvador, os pombos são alimentados ao lado do Palácio Rio Branco, antiga sede do governo da Bahia. A construção começou a ser erguida no século 16 e foi reaberta em 2010, após restauração.
A proliferação de “pombos de rua” em ambientes urbanos é associada a três fatores: oferta de abrigo, ausência de predadores naturais, como gaviões, e grande quantidade de alimentos disponíveis.
Recebendo comida do homem, essas aves deixam de buscar na natureza alimentos adequados à sua dieta, como frutas e insetos, aponta o manual sobre pombos da Saúde de São Paulo.
A superpopulação dessas aves motivou medidas extremas em algumas cidades.
Em Goiânia, por exemplo, a Câmara aprovou em 2009 a esterilização de pombos. O prefeito vetou a medida, alegando eficácia reduzida e falta de autorização para uso no Brasil do produto indicado para a prática. Já um decreto de 2009 da Prefeitura de Londrina proibiu a população de alimentar pombos.
Ironicamente e por Outro lado
O símbolo da Prefeitura de Salvador é uma pomba




Eles entendem mesmo a lição.


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