Categoria afirma que tem sofrido com resistência da
população para realizar o serviço por causa do fardamento desgastado
Agentes de saúde e endemias querem farda nova
| Foto: Reprodução/ AACES
Dificuldades para realizar os trabalhos diários, quase sempre recebidos por moradores sob muita desconfiança e com medo de serem confundidos com um impostor e de que o pior aconteça: agressão. Assim tem sido o cotidiano de diversos agentes de saúde e endemias que atuam em Salvador. Tudo isso em meio ao caos da alta de casos de dengue em toda a Bahia.
De acordo com os dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no primeiro semestre deste ano – última atualização no dia 13 de julho –, já foram notificados 31.864 casos prováveis de dengue no estado, um aumento real de 168% se comparado com o mesmo período em 2022.
Na capital baiana, os números são ainda mais assustadores. Do período entre 2 de janeiro e 17 junho de 2023, o número de casos suspeitos de dengue foi 4.690, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), um aumento de mais de 668% em relação ao mesmo período de 2022, que teve 610 casos suspeitos.
“Isso impacta a quantidade de visitas, porque tem locais que a população não aceita ou reconhece o agente comunitário sem a farda. E tem a questão da segurança também”, revelou Enadio Pinto, presidente da Associação dos Agentes Comunitários e de Combate a Endemias de Salvador (AACES), ao Portal MASSA!.
Problemas com o fardamento
Os agentes de saúde e endemias que atuam na capital baiana estão reclamando do atraso de duas parcelas do auxílio fardamento. O sindicato que representa a categoria explicou que o valor foi equacionado para R$ 545, mas o repasse não é feito desde 2022. Antes, os valores por categoria eram, respectivamente, R$ 435,17 e R$ 361,61, conforme previsto na lei municipal 29.482/2019.
Segundo Enadio Pinto, não há previsão para quitação do auxílio atrasado. A expectativa dos trabalhadores era de que a verba atrasada fosse quitada pelo Palácio Thomé de Souza no salário de julho. “Não pagou em 2022 e também em 2023. São dois anos sem novos fardamentos”, contou.
O presidente da AACES afirmou ainda que o atual fardamento está em péssimas condições. E que pela mecânica do decreto, os servidores devem comprar o fardamento para serem reembolsados. O prazo para apresentação de notas fiscais de fardamento, segundo Enádio, é todo mês de outubro. “Caso não seja apresentada a nota, o valor é descontado do 13º salário. Só que nem recebemos o auxílio”, explicou.
O decreto que prevê o pagamento de auxílio fardamento foi assinado durante a gestão do prefeito ACM Neto (UB) e abrange outras categorias. “A Guarda Civil Municipal (GCM), os agentes de salvamento aquático e a Transalvador já receberam o auxílio. Só os agentes de saúde e endemias que ainda não receberam”, reclama o sindicalista.
O Portal MASSA! entrou em contato com as secretarias de
Gestão e de Saúde, mas as solicitações não foram respondidas até o fechamento
desta matéria.
Fonte: Jornal Massa
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