25 março 2014

Agentes de saúde ACS e ACE sofrem com o sol escaldante e sem ponto de apoio


Trabalhadores não possuem P.A  ponto de apoio na região de Ondina
Atividades ao ar livre sempre foram recomendadas por médicos e especialistas. A ideia de realizar exercícios físicos e brincadeiras em áreas abertas tem sido defendida, como forma de favorecer a condição anaeróbica. Caminhada, natação, corrida e ciclismo são algumas práticas que podem ser desenvolvidas em campo aberto.
Em razão da atividade laboral que desempenham, trabalhadores e trabalhadoras como agentes de salvamento aquático, guardas municipais, técnicos de manutenção urbana e outros profissionais realizam seus trabalhos expostos ao sol.
Essa exposição é causadora de inúmeras alterações dermatológicas e lesões futuras, principalmente em relação ao câncer de pele. Essa doença é potencializada por conta da jornada cumprida debaixo do sol escaldante da capital baiana. Para diminuir os efeitos do sol na pele humana, algumas estratégias de barreiras devem ser utilizadas, como protetor solar, bermuda e boné, pois ajudam o trabalhador a não ser massacrados pela ação natural.
As altas temperaturas em Salvador castigam os agentes de combates às endemias (ACE’s). Esses homens e mulheres exercem suas atividades sem a devida proteção contra os efeitos da exposição solar. Trabalhadores e trabalhadoras não possuem abrigos disponibilizados pela administração municipal para diminuir a ocorrência dos agravos do clima.
Os pontos de apoio (PA) servem apenas como local para guardar materiais e são “negociados” na própria comunidade. Igrejas, associações de moradores e escolas disponibilizam algum local, muitas vezes insalubres, para que os ACE’s possam utilizar diariamente. O desrespeito ao trabalho ainda é maior, quando essa categoria profissional não encontra solução para tal abrigo. É o caso de servidores municipais na região de Ondina.
Diretores do Sindseps estiveram na manhã desta segunda-feira (25) no trecho do campus da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Os ACE’s não possuem local para utilizar como PA, tendo que deixar seus materiais de trabalho e objetos pessoais em via pública.
Essa situação vexatória não acontece somente neste bairro nobre. Segundo o diretor do Sindseps e presidente da AACES, Enádio “Careca”, as queixas são constantes e revelam um lado malvado da gestão municipal com estes trabalhadores e trabalhadoras. “Quer seja na periferia ou em bairros nobres, isso sempre acontece. A humilhação de ter que procurar um local de apoio para realizar nossas atividades é algo desumano e constrangedor. Deveríamos ser respeitados pela prefeitura, que tem a obrigação de oferecer estrutura de trabalho, mas ao contrário do que todos pensam, muitas vezes somos xingados e ameaçados, taxados de invasores”, afirmou Enádio.
Quem esteve no local para verificar a denúncia foi o coordenador geral do Sindseps, Bruno Carianha. De acordo com o dirigente, a situação de humilhação que estão submetendo os trabalhadores será motivo de ação por parte do sindicato. “Vamos oficiar para a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para que essa situação seja sanada em toda a cidade. O sofrimento desses companheiros e companheiras ilustram o perfil escravocrata desta gestão com o servidor municipal. Isso tem que acabar, pois se em Ondina, nas proximidades da casa do governador acontece tal vexame, imagina o que sofrem na periferia”, disparou Bruno.
O Sindseps sugere aos ACE’s que denunciem situações semelhantes nos diversos pontos da cidade, para que sejam informados à SMS, na intenção de que medidas sejam tomadas para resolver esta situação que aflige os trabalhadores e trabalhadoras.

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